terça-feira, 2 de outubro de 2012

Michael Kiwanuka




Pessoal, o Kiwanuka está de volta a Portugal! :) 

É presença confirmada no festival Vodafone Mexefest, que irá decorrer em Lisboa nos dia 7 e 8 de Dezembro!

Já há algum tempo que queria escrever um post sobre este cantor, como tal, nada melhor que aproveitar esta notícia para fazê-lo!

Conheci Michael Kiwanuka por acaso, numa das minhas pesquisas curiosas há cerca de 1 ano atrás, na qual dei com esta música.
 


Vi este vídeo sem saber nada acerca de Kiwanuka… Após os primeiros 10 segundos pensei: “Epa… Que cantor é este que me escapou???” Calculei que fosse algum cantor de Soul dos anos 70, já velhinho e pouco conhecido… daqueles “Rare Souls”, tesouros escondidos que de vez em quando tenho a sorte de encontrar… Pois bem, enganei-me redondamente! Foi uma agradável surpresa perceber que aquela voz velha pertencia a um jovem de 24 anos, que acabara de lançar o seu primeiro single - "Tell Me a Tale" - tema incluído no seu debut álbum, lançado meses depois com o nome de “Home Again”.

De origem Ugandesa, este jovem cantor cresceu e reside em Londres. A música desde cedo despertou-lhe o interesse e foi com as mais variadas influências que Michael descobriu onde esta iria encaixar-se na sua vida. Assim, com Jimi Hendrix começou a afinar as cordas da sua guitarra, Bob Dylan acordou-lhe a voz que iria dar música e Otis Redding mostrou-lhe o caminho que a sua alma iria seguir… a estes juntaram-se outros como Bill Withers e Terry Callier e tudo junto deu-nos… Michael Kiwanuka.



Michael Kiwanuka iniciou-se na música como guitarrista, participando em pequenas jam sessions nos bairros de Camden. Para além de tocar guitarra, também compunha músicas, das quais gravou demos com a própria voz, na esperança de virem a ser interpretadas por outras pessoas. Muita modéstia deste rapaz, pois só um louco para ouvir a sua voz e não o convidar de seguida para gravar um disco! Assim o fez Paul Butler (que de louco não tem nada!), produtor do seu primeiro EP e do seu primeiro álbum “Home Again”.

Adicionalmente e em sintonia com a gravação deste disco, Kiwanuka consagrou-se vencedor do "BBC Sounds of 2012", o que constituiu um BOOM na sua carreira, lançando-o definitivamente no mundo da música.

“Home Again” é um álbum de Soul bastante acústico, com apontamentos de Jazz e Folk que lhe dão um toque vintage. O mesmo não poderia começar de melhor forma, com a fantástica “Tell Me a Tale”. Na minha opinião, a música mais bem conseguida do álbum e que confere a Kiwanuka uma maturidade musical que não reflecte os seus 24 anos. As flautas que se fazem ouvir ao longo da música, combinadas com a restante melodia Soul e a voz velha de Kiwanuka, transportam-nos directamente para os anos 70, tal como aconteceu-me a primeira vez que a ouvi.

“Rest”, tal como nos diz a letra, é um descanso… uma música que nos dá vontade de fechar os olhos e esquecer o mundo lá fora.


Close your eyes
Let them rest
I ain't in no hurry, no hurry at all
Rest your head upon my shoulder
I swear I will carry, carry you on
I won't let you go, go on hungry
I won't let you cry, without a hand to dry
Rest your hands
Leave them tender
They weren't made for working, working at all
I won't let you go, go on hungry
I won't let you cry, without a hand to dry
Rest your soul, live in peace
I won't let you worry, worry at all


Neste álbum Kiwanuka fala-nos de espiritualidade, saudade e transição. Tal é bastante visível nos seus temas “Home Again” e “I’m Getting Ready”. Kiwanuka e a sua guitarra encontraram finalmente o seu caminho e estão prontos para acreditar e seguir em frente.

 




“I’ll Get Along” e “Bones” são duas músicas doces, que nos apresentam um swing delicioso e melodias bastante harmoniosas, que para o efeito contaram com a ajuda dos coros e com as notas preciosas que instrumentos como a flauta e o piano, respectivamente, assim o proporcionam.



 


Para terminar, um Blues... Kiwanuka e a sua guitarra mais uma vez fantásticos, intimistas neste melancólico “Worry Walks Beside Me”.



Já vi Michael Kiwanuka este ano no EDP CoolJazz mas soube-me a pouco! Penso que aquela voz, embora capaz de encher os espaços mais amplos, merece um sítio mais acolhedor e fechado. Espero encontrá-lo mais… “ele”, mais autêntico  e não como o cantor pouco conhecido que ia fazer a primeira parte dos Buena Vista Social Club. Nesse concerto faltou o elo de ligação entre ele e o público, que é essencial para a distinção entre um concerto normal e um BOM concerto. Espero sentir essa connection em Dezembro e poder apreciar a verdadeira essência deste jovem cantor.

Conto convosco!? Vemo-nos lá?? ;)


2 comentários:

  1. Uau... Desconhecia esta voz fantástica... Obrigado pela partilha!!! Beijinhos e continua a dar-nos música... Sempre com qualidade...(isto n é preciso pedir :))

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    1. De nada amigo, já sabes que o faço com gosto! :) Continuarei pois! Beijinhos*

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