terça-feira, 28 de abril de 2015

Leon Bridges, nova revelação da soul



Vem do Texas a nova revelação da soul, Leon Bridges, que com apenas 25 anos e sob a alçada da editora Columbia Records prepara-se para lançar o seu primeiro disco intitulado, "Coming Home".

Mais do que um regresso a casa, é um regresso ao passado, aos primórdios do soul, onde Sam Cooke com a sua doce voz desbravava caminho. Não só a aparência, mas também a sonoridade de Leon Bridges nos recordam Sam, o pai da soul.

Um flasback renovado aos anos 60, onde o gospel e o soul magicamente se unem, criando uma música com tamanha alma que até hoje é fonte de inspiração para artistas como Leon e muitos outros que, à sua semelhança, insistem em manter a chama da música soul acessa. Falo de Aloe Blacc, Michael Kiwanuka ou as Lady, por exemplo.

23.06.2015 é a data anunciada para o lançamento do seu álbum que conta com 10 temas originais entre eles os singles de estreia já apresentados: "Coming Home", "Better Man" e "Lisa Sawyer".







sexta-feira, 24 de abril de 2015

Groove your Soul #77



Playlist:

01. Janelle Monáe (Ft. Jidenna) – “Yoga”

02. Beyoncé – “7/1”

03. Jhene Aiko Ft. Kendrick Lamar – “Stay Ready”

04. Kendrick Lamar – “Institutionalized” (Ft. Bilal, Anna Wise & Snoop Dogg)

05. Kendrick Lamar – “i”

06. Foxy Brown Ft. Blackstreet – “Gotta Get You Home”

07. Jurassic 5 – “Concrete Schoolyard”

08. Guru – “Revelation”

09. Freddie Kruger Ft. Linn – “Keep Pushing”

10. Outkast – “So Fresh, So Clean”

11. Shafiq Husayn – “It's Better For You” (Ft. Anderson Paak)

12. Fatima – “Technology”

13. Fatima – “Underwater”

14. Robert Glasper – “Ah Yeah” (Ft. Musiq Soulchild and Chrisette Michele)

15. Erykah Badu – “Next Lifetime”

Download em formato mp3 aqui: Rádio Autónoma - Podcasts Groove your Soul

quarta-feira, 22 de abril de 2015

NBC amanhã no B.Leza



Quarenta anos de vida e vinte de carreira, merecem ser celebrados. É precisamente isso que o músico e cantor NBC tem andado a fazer, encerrando a digressão 40/20 amanhã, dia 23, às 23 horas na mítica casa B.Leza.

Um concerto cheio de alma e de amor à música que conta com os convidados Valete, Kika Santos e Héber Marques (HMB) para aquecerem ainda mais o serão. Uma data especial que será também imortalizada numa gravação para DVD pela RTP África.

Entretanto, o warm up pode ter início aqui com o mais recente single do cantor, "DOIS", lançado na semana passada.



Lianne La Havas - novo álbum!



Três anos após o lançamento do seu primeiro álbum, "Is Your Love Big Enough?", a britânica Lianne La Havas regressa em Julho com um novo trabalho para nos surpreender.

Cantora, compositora, multi-instrumentista, detentora de uma encantadora e poderosa voz, Lianne já nos conquistou da primeira vez (curiosamente, foi um dos primeiros posts deste blog), pelo que a expectativa é bem alta para receber este novo disco, intitulado "Blood" e com data de lançamento anunciada para 31 de Julho.

O primeiro avanço chama-se 'Unstoppable' e já pode ser ouvido aqui:



domingo, 19 de abril de 2015

Groove your Soul #76





Playlist:

01. Bill Withers – “I Can't Write Left Handed” (Live At Carnegie Hall)

02. Bill Withers - “Lean On Me” (Live At Carnegie Hall)

03. Nina Simone – “Exactly Like You” (Live At Town Hall)

04. Donny Hathaway - “We're Still Friends” (Live)

05. Eunice Collins – “At The Hotel”

06. Terry Callier – “Be My Woman”

07. Caetano Veloso – “It's a Long Way”

08. Tim Maia – “Where Is My Other Half”

09. Esther Phillips – “I Don't Want to Do Wrong”

10. Barry White – “Playing Your Game, Baby”

11. Curtis Mayfield – “Sweet Exorcist”

12. Tim Maia – “Rational Culture”


Download em formato mp3 aqui: Rádio Autónoma - Podcasts Groove your Soul

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Kendrick Lamar - To Pimp a Butterfly



No dia 16 de Março, estava eu nas praias paradisíacas da Tailândia, aparentemente desligada de tudo e de todos, quando um alvoroço chegou até mim proveniente das redes sociais portuguesas - saíra o novo álbum de Kendrick Lamar e, por sinal, era bombástico!

Ora, conhecendo o seu antecessor, "good kid, m.A.A.d city" (2012) e ainda com o concerto do ano passado bem fresco na memória (NOS Primavera Sound), fiquei imediata e completamente inquieta para ouvir o álbum!

E assim foi. Chegada a Portugal, das primeiras coisas que tratei de fazer foi ouvir "To Pimp a Butterfly" e, tenho a dizer-vos, que álbum...! Após ouvi-lo pela primeira vez senti-me deveras preocupada com a quantidade e variedade de coisas que tinha entre mãos por desvendar. Ansiedade - era a palavra, por saber que ainda tinha tanto por descobrir, investigar, palmilhar... tanto com o que me deliciar naquele álbum.
Levei o meu tempo. Por mais urgência que sentisse em escrever freneticamente, sabia que um álbum como este merece e leva tempo, dedicação e atenção a digerir, algo que ainda o estou a fazer.

A pergunta agora é: por onde começar?

Talvez pela carga, essência e razão de ser primordial deste disco - a música enquanto responsável por abrir e mudar mentalidades, passar uma mensagem, unir formas de estar e pensamento.

O que me leva a uma nova pergunta: pode um disco ser um sucesso de criticas e de vendas e, simultaneamente, altamente consciencioso, transmitindo uma mensagem séria, gritante e positiva?

Pode. Não tivéssemos já um "What's Going On" ou, mais recentemente, um "Black Messiah" para o comprovar.

À semelhança do messias D'Angelo, também Lamar regressou em força, pronto para lutar nesta revolução pacífica, munido de muito boa música, cujo grito de guerra é "To Pimp a Butterfly".

Mudam-se os tempos, as décadas, as músicas, mas a alma e a mensagem continuam as mesmas e, felizmente, tal como no passado vozes mais altas se levantaram, sentindo o dever de falar por todos, também hoje há quem não se faça calar.

How many niggas we done lost bro? This, this year alone. - pergunta-nos Kendrick Lamar numa espécie de motim organizado no final do seu primeiro single "i". Inspirado pelo soul dos Isley Brothers ("That Lady"), o cantor dá-nos a conhecer o seu primeiro single, numa versão posteriormente melhorada, a meu ver, no álbum.



Os últimos acontecimentos de violência e racismo que têm ocorrido nos Estados Unidos enfureceram também Kendrick, resultando em músicas com cargas pesadas e letras pautadas pela raiva e pela dor como é o caso de "The Blacker The Berry", onde todos e cada um dos seus versos começam com I'm the biggest hypocrite of 2015. Hipocrisia essa que é referida pelo cantor ao constatar que muitos dos cidadãos afro-americanos que lamentam os assassinatos de pessoas da mesma raça, ao mesmo tempo, também eles próprios promovem actos de violência contra os seus.



Assim, tal como já o transmitiu no seu anterior trabalho, onde um 'good kid' (Kendrick) não se perdeu numa 'm.A.A.d city' (Compton, Califórnia, sua terra natal), o cantor procura  contrariar e desmistificar a conotação negativa, associada à violência que o hip hop tem pela sociedade em geral. Assumindo quase que como uma responsabilidade civil enquanto artista, a de transmitir o quão benéfica pode ser a música para uma comunidade.

Uma responsabilidade com a qual o cantor lida ao longo dos seus 16 temas, culminando no último, "Mortal Man", onde, além do sample de Fela Kuti ("I No Get Eye for Back"), é simulada uma conversa transcendente entre Lamar e o legendário Tupac, na qual os mesmos se questionam (e nos questionam também) de que forma esta influência deve ser utilizada, sem ser de forma abusiva.

Mas vamos à música! Tal como não só de mensagens e temáticas importantes é composto este trabalho, também não só de hip hop é pintado este quadro. Uma vasta palete de soul, jazz, funk e spoken word dão cor e vida a este álbum, que contou com uma equipa vencedora na sua produção: Dr. Dre, Flying Lotus, Pharrell Williams e Thundercat, entre outros.

Um disco grande, denso e esquizofrénico, mas cuja panóplia de sons e estilos diferentes encontra-se tão bem arrumada dentro da mesma casa, que nos dá vontade de vaguear de sala em sala, de forma aleatória e escancarada, sem fecharmos qualquer porta atrás de nós.


Em "For Free? (Interlude)" a hiperactividade de Lamar deixa-nos sem fôlego, num jazz caótico com a loucura e o toque do pianista Robert Glasper. A demência continua com teatralidade em "u", onde o cantor se depara com os dramas da sua vida pessoal, alcoolizando-se ao longo da canção e repetindo freneticamente para si mesmo loving you is complicated.  Em "Alright" é o Pharrell a falar e em "These Walls", se elas pudessem falar, seria sobre o lado negro da fama. Bilal, um dos representantes do neo-soul, está presente neste tema, bem como no anterior, "Institutionalized", onde dá voz juntamente com Snoop Dogg e refere: shit don't change until you get up and wash your ass, nigga. A mensagem aqui é limpinha.

Os rasgos de neo-soul, acompanhados por saxofones e o piano de Glasper, prevalecem tranquilamente em "How Much a Dollar Cost", "Complexion (A Zulu Love)" e "Momma" (onde ouvimos é a filha - Lalah Hathaway - filha de Donny Hathaway).

Por fim, o funk e a loucura de Lamar ganham vida em "King Kunta" - terceiro single do cantor.



Não é fácil fazer um resumo ou tirar conclusões deste disco. Contudo, a cabeça revoltada, angustiada e algo deprimida de Lamar é exposta de forma nítida e crua neste disco, sentindo-mo-lo quase que como uma partilha do cantor para connosco. Algo inesperadamente bom, esta maturidade complexa vinda de um artista de apenas 27 anos, mas que já nos deu tanto com este álbum.

E o que me agrada mais ainda é saber que, provavelmente, daqui a 1 mês, depois de continuar a ouvi-lo, poderia escrever um novo e diferente artigo sobre ele, se assim entendesse. Além do seu brilho, é esta sua capacidade de inesgotabilidade que o tornam num magnifico álbum, certamente, entre os melhores editados nos últimos anos.


Playlist:

01."Wesley's Theory" (featuring George Clinton & Thundercat)
02."For Free? (Interlude)"  
03."King Kunta"  
04."Institutionalized" (featuring Bilal, Anna Wise & Snoop Dogg)
05."These Walls" (featuring Bilal, Anna Wise & Thundercat)
06."u"  
07."Alright"  
08."For Sale? (Interlude)"  
09."Momma"  
10."Hood Politics"  
11."How Much a Dollar Cost" (featuring James Fauntleroy & Ronald Isley)
12."Complexion (A Zulu Love)" (featuring Rapsody)
13."The Blacker the Berry"  
14."You Ain't Gotta Lie (Momma Said)"  
15."i"  
16."Mortal Man"  

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Groove your Soul #75



Playlist:

01. Kendrick Lamar – “The Blacker the Berry”

02. Kendrick Lamar – “King Kunta”

03. Jonwayne – “The Come Up Pt.2”

04. James Blake – “Life Round Here” (Ft. Chance The Rapper)

05. Shlohmo – “Bo Peep (Do U Right)” (Ft. Jeremih)

06. Kelela – “Go All Night”

07. Best Youth – “Red Diamond”

08. SBTRKT – “Never Never”

09. Miguel – “NWA”

10. Kelis – “Floyd”

11. Mirror Signal (20th Century Fix) – “Warm Weather”

12.Thundercat – “Heartbreaks + Setbacks”

13. FKJ – “Lying Together”

14. Kendrick Lamar – “Bitch, Don't Kill My Vibe”

15. Kendrick Lamar – “How Much a Dollar Cost” (Ft. James Fauntleroy & Ronald Isley)


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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Groove your Soul #74 (Especial R&B)




Playlist:

01. Montell Jordan – “Get It On Tonite”

02. Brandy (Ft. Queen Latifah, Yoyo & Mc Lyte) – “I Wanna Be Down”

03. Mase (Ft. Total) – “What You Want”

04. Usher, Puff Daddy & Loon – “I Need a Girl”

05. Ashanti (Ft. Biggie) – “Unfoolish”

06. Mark Morrison – “Return Of The Mack”

07. Groove Theory – “Tell Me”

08. Next – “Too Close”

09. Lucy Pearl – “Dance Tonight”

10. Angie Stone (Ft. Snoop Dogg) – “I Wanna Thank Ya”

11. R. Kelly – “Ignition (Remix)”

12. Tupac – “Do For Love”

13. TLC – “Waterfalls”

14. Eve (Ft. Gwen Stefani) – “Let Me Blow Your Mind”

15. Amerie – “One Thing”

16. Sisqo – “Thong Song”

Download em formato mp3 aqui: Rádio Autónoma - Podcasts Groove your Soul

quarta-feira, 1 de abril de 2015

José James tem novo álbum


Conhecido pela suas capacidades 'camaleónicas' na actual esfera musical, o cantor nova-iorquino regressa até nós este ano com jazz, num tributo prestado, segundo o mesmo, à sua 'mãe musical' - Billie Holiday.

Uma homenagem merecida, a propósito do centésimo aniversário do nascimento da cantora conhecida como 'Lady Day' - uma das grandes figuras inspiradoras da música negra, em especial o jazz.
Este seu novo trabalho intitulado "Yesterday I Had The Blues - The Music of Billie Holyday" já se encontra disponível no iTunes.

As boas notícias, contudo, não ficam por aqui... James trará Billie brevemente a Portugal, num concerto a realizar-se no dia 4 de Julho, na Casa da Música (Porto).

Já assisti a 3 concertos de José James, um deles, neste registo jazz, como convidado de McCoy Tyner (pianista que actuava com John Coltrane) no Guimarães Jazz 2011 e, devo dizer-vos, vale muito a pena ver, ouvir e sentir a suavidade, a elegância e a sensualidade deste senhor em palco, tornando-se, por isso, deveras tentador este concerto...