quinta-feira, 6 de setembro de 2012

José James


       

Bem… como começar este post de modo a vocês perceberem o quanto eu AMO este cantor…?

Quando a ideia de criar este blog apenas pairava na minha mente, José James foi um dos nomes que me surgiu de imediato na cabeça! Desde então, tenho andado a adiar escrever sobre ele, pois tinha que fazê-lo num dia em que sentisse a inspiração certa para tal… hoje liguei o computador e pensei - é dia de escrever sobre José James!

Este cantor foi-me apresentado por uns amigos, há já alguns bons meses atrás, através de um pequeno “ritual” que fazemos semanalmente e que consiste em partilhar músicas entre nós (novas ou antigas), como sendo a “Sugestão da Semana” (bendita ideia!!). A partir do primeiro instante em que ouvi José James sabia que seria um amor para a vida… hipnotizou-me desde a primeira nota! E porquê? Por tudo. Pela sua voz terrivelmente suave e sedutora… pela mistura inebriante que consegue fazer entre o Jazz, o Hip Hop e o Soul… pelo seu talento indiscutível enquanto compositor… por tudo!

Enfim, José James é... Blackmagic.
 

No Beginning No End sums up how I feel about music right now”… “I don’t want to be confined to any particular style. I decided I didn’t want to be considered a jazz singer anymore and that was really freeing. Once I realized that jazz singing is just something that I do and it’s just a label, it freed me as an artist to just write without any boundaries.

Curioso, é exactamente dessa forma que eu também o vejo - um artista sem quaisquer fronteiras nos estilos musicais pelos quais passa! Assim fala José James acerca da sua versatilidade e do seu próximo álbum “No Beginning No End”, o qual eu estou ansiosamente a aguardar!!!
Este álbum conta com colaborações preciosas como é o caso do pianista/compositor Robert Glasper e das cantoras Emily King e Hindi Zahra. Mas enquanto o mesmo não chega, dou-vos a conhecer a música de José James através dos seus três álbuns editados: The Dreamer” (2008), “Blackmagic” (2010) e “For All We Know” (2010).

Este jovem cantor e compositor Americano vive em Brooklyn (Nova York) mas tem descendência de pai saxofonista do Panamá e mãe Irlandesa. A sua influência na música começou pelo Hip Hop, aos sons de De La Soul e A Tribe Called Quest, mas foi no Jazz que James apercebeu-se da sua verdadeira essência, após matricular-se na New School for Jazz and Contemporary Music (NY).

O seu debut álbum “The Dreamer” reflecte claramente o seu à vontade neste estilo e como a sua voz suave, quente e romântica adequa-se organicamente às melodias Jazz. Este trabalho foi considerado pela JazzTimes como um dos "21 Best Jazz Albums of 2008" e José James surgiu como uma estrela emergente no mundo do modern Jazz. As comparações com o cantor Terry Callier e a voz conscienciosa de Gil-Scott Heron foram muitas. Todavia, James possui uma identidade única, com uma personalidade tão variada e complexa que tanto lhe permite estar em palco a desempenhar uma performance de Jazz clássico, como em estúdio desenvolvendo e adaptando sonoridades electrónicas às suas músicas, realizando ambos papeis com o maior brilhantismo.

Neste trabalho, produzido pelo famoso DJ Gilles Peterson, James faz-se acompanhar essencialmente por um piano, um contrabaixo e uma bateria. Seleccionei 4 temas que falam por si… apenas deixem-se deliciar com a voz de José James… De referir que, “Park Bench People” é um cover magnífico dos L.A. hip hoppers Freestyle Fellowship e “Desire”“Desire” é simplesmente maravilhosa.

Blackeyed Susan 



Winterwind



Park Bench People



Desire
 

She appeared in the distance
like a prayer I had uttered once 
she appeared in my life
like a dream only half remembered 
she entered my heart
 stayed awhile 
she entered my heart
stayed awhile
made me to smile
then gone
gone from my life / yeah
her love was like a burning
flame of desire / desire…

Com o seu segundo trabalho “Blackmagic”, também produzido por Gilles Peterson, James manteve a sua essência Jazz mas misturou-a desta vez com new flavors… falo de Hip Hop, Soul e um toque de electrónica a cargo do grande produtor Flying Lotus. Para quem desconhece, Flying Lotus é também sobrinho-neto do ainda maior saxofonista John Coltrane. Desta forma, encontramos os beats de Flying Lotus na já apresentada “Blackmagic”, uma música que me envolve e seduz por completo, e também em “Code”, o tema que abre o álbum.


Outros dois temas que nos fazem voar são os refrescantes “Promise In Love” e Save Your Love For Me”. Este último um cover da cantora Nancy Wilson, completamente modernizado de uma forma sublime.





Para além de Flying Lotus, José James contou também com a colaboração de mais dois produtores de peso na elaboração do seu álbum. Falo de Taylor McFerrin e Moodymann, a quem se deve a produção do tema “Detroit Loveletter”- uma música que nos remete para o Soul do passado, dos anos 70s… temos Roy Ayers flavor aqui…



E por fim, um dos meus temas preferidos de José James… este intoxicante dueto com Jordana De Lovely. Intenso não chega para definir o poder desta música, que vai crescendo a cada batida, a cada nota… como uma respiração, como um preliminar… estará para sempre na minha playlist… “Love Conversation”.



O seu último álbum “For All We Know” é um trabalho conjunto com o pianista Jef Neve. Um álbum composto apenas por temas clássicos de Jazz, interpretados de uma forma extremamente delicada por parte de José James, como é o caso deste “When I Fall In Love”, original de Nat King Cole.


Para terminar este post, gostava apenas de partilhar convosco o meu pequeno episódio com José James.

Em Novembro do ano passado soube que José James viria a Portugal como convidado especial de McCoy Tyner Trio, que faria parte do cartaz do Guimarães Jazz 2011. Para quem desconhece, McCoy Tyner é um pianista considerado uma lenda viva do Jazz, sendo o único elemento vivo da banda de John Coltrane (John Coltrane Quartet). Pois bem, assim que soube de tal facto, comecei imediatamente a articular uma forma de poder assistir a este concerto! Chegado o dia, tudo preparado, apanhei em mim e no meu carro e segui rumo a Guimarães. 
O concerto foi uma delícia! Tive a sorte de ficar na primeira fila e assistir à mestria de um senhor de 73 anos ensinando a todos como se toca Jazz em palco! Só de imaginar os sítios onde ele já tocou, para quem tocou e as lendas que já conheceu… enfim, mítico. José James, o motivo principal da minha ida, abrilhantou ainda mais a noite com a sua presença elegante e serena e a sua voz maravilhosa. Embora não tenha sido um concerto no qual assisti a José James na sua essência, interpretando a sua música, todo o concerto no seu conjunto foi extremamente agradável. 

No final do concerto, aguardei juntamente com a minha amiga que me acompanhava na esperança de proporcionar-se alguma sessão de autógrafos. Contudo, esta espera foi em vão e passados alguns minutos acabámos por desistir e sair do recinto. Estávamos já na rua, paradas a discutir sobre o concerto quando reparo ao longe em dois músicos (que eu pressupus pelo facto de um deles carregar a mala de um instrumento) a caminharem na nossa direção. Apenas disse para a minha amiga “Não te mexas”… Ficámos estáticas a aguardar, quando vejo passar por mim José James e o contrabaixista (Gerald Cannon). Não tive outra hipótese senão interpelá-los! Sem saber muito bem como, pedi-lhes um autógrafo e ainda ficámos escassos minutos a falar os quatro sobre o concerto. No final (algo que eu nunca irei esquecer na minha vidinha), José James olha para mim, estende-me a mão e diz-me “Pleased to meet you”… ao que eu só consegui responder “The pleasure is all mine, believe me…” e com isto, risos. Após este belo momento, começaram a aproximar-se mais pessoas pelo que eu e a minha amiga decidimos afastar-nos, ainda assim, completamente radiantes! :)

Calculo que ele já não se lembre de mim (lol). Todavia, espero voltar a reencontrar José James brevemente e poder assistir à sua performance em palco, desta vez mostrando toda a sua música e todo o seu talento enquanto o artista único que é… quem sabe até, como este avanço do seu próximo álbum, o single “Trouble".

 José James is indeed, a sweet troubleman in my life.



2 comentários:

  1. Lol...Ao ler "a tua versao" do episodio com jose james só me posso rir..pq me lembro perfeitamente de vários pormenores (e já sabes como sou esquecida, o que acaba por ser ainda mais interessante)..apenas tenho de corrigir que nao ficámos apenas "uns minutos" à espera da uma eventual sessao de autografos...ainda aguardámos um bocaado, mas valeu TAO a pena!:) quando vimos os musicos na nossa direçao, ficámos como estátuas autênticas após o teu "N-A-O TE ME-CHAS!"Lol...realmente o que posso acrescentar sobre José James...foi um concerto que apesar denao ser dele propriamente pq se bem me recordo atuava como convidado n era?! foi excelente! a voz dele é super quente e sensual, tinha um à vontade em palco e transbordava simpatia, harmonia, eu sei lá! e foi mesmo muito acessivel quando pediste o autógrafo! pode regressar! lá estarei para te acompanhar!!! no concerto e em busca de um novo autógrafo!!!:)

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    1. Lolol! Good times, sem dúvida!! Que bom que também gostaste e que bom contar contigo para o próximo!! :) De certeza que ele ainda se lembra de nós... eheh :P

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