"O Messias regressou para nos salvar, pelo menos da saudade deixada
por “Voodoo”, segundo e último trabalho de D’Angelo, lançado há mais de 14 anos
mas que, ainda assim, manteve enfeitiçados os seus fiéis seguidores ao longo do
tempo, aguardando pacientemente pelo regresso cantor, considerado por muitos e bons
como o pioneiro do chamado - neo-soul.(...)
(...) ‘Acordado’ pelo dever cívico que
o rodeia, o cantor não conseguiu ficar indiferente e apressou por isso os
últimos preparativos do disco, cujo lançamento estava previsto para o início de
2015. Tão quente como acabado de sair do forno, chegou até nós, “Black
Messiah”, a única forma através da qual o cantor consegue falar bem alto – a
música.
(...) "Black Messiah is not one man. It’s
a feeling that, collectively, we are all that leader” – É este o sentimento que
D’Angelo pretende transmitir no seu novo disco, conferindo uma carga social e
política a alguns dos seus temas como “1000 Deaths”, onde procura explicar o
conceito de “Black Messiah”, num funk militante, governado por guitarras
revolucionárias; ou em “The Charade”, cuja verdadeira charada não é fácil de
decifrar… All we wanted was a chance to
talk/ ‘Stead we've only got outlined in chalk – canta-nos D’Angelo face a
este racismo sistematizado e enraizado num país em que nem sequer uma
presidência negra conseguiu mitigar. Não deixa de ser uma temática,
infelizmente, algo familiar… em tempos já Marvin Gaye se questionou “What’s
Going On?”. (...)
(...) Foram 14 anos de espera que nos
deram motivos para suspirar, barafustar, desistir de acreditar… o ‘Black
Messiah’ finalmente chegou para nos salvar e, uma coisa é certa, valeu a pena
esperar."
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