terça-feira, 6 de janeiro de 2015

D'Angelo: "Black Messiah" - Crítica Palco Principal




"O Messias regressou para nos salvar, pelo menos da saudade deixada por “Voodoo”, segundo e último trabalho de D’Angelo, lançado há mais de 14 anos mas que, ainda assim, manteve enfeitiçados os seus fiéis seguidores ao longo do tempo, aguardando pacientemente pelo regresso cantor, considerado por muitos e bons como o pioneiro do chamado - neo-soul.(...)

(...) ‘Acordado’ pelo dever cívico que o rodeia, o cantor não conseguiu ficar indiferente e apressou por isso os últimos preparativos do disco, cujo lançamento estava previsto para o início de 2015. Tão quente como acabado de sair do forno, chegou até nós, “Black Messiah”, a única forma através da qual o cantor consegue falar bem alto – a música.

(...) "Black Messiah is not one man. It’s a feeling that, collectively, we are all that leader” – É este o sentimento que D’Angelo pretende transmitir no seu novo disco, conferindo uma carga social e política a alguns dos seus temas como “1000 Deaths”, onde procura explicar o conceito de “Black Messiah”, num funk militante, governado por guitarras revolucionárias; ou em “The Charade”, cuja verdadeira charada não é fácil de decifrar… All we wanted was a chance to talk/ ‘Stead we've only got outlined in chalk – canta-nos D’Angelo face a este racismo sistematizado e enraizado num país em que nem sequer uma presidência negra conseguiu mitigar. Não deixa de ser uma temática, infelizmente, algo familiar… em tempos já Marvin Gaye se questionou “What’s Going On?”. (...)

(...) Foram 14 anos de espera que nos deram motivos para suspirar, barafustar, desistir de acreditar… o ‘Black Messiah’ finalmente chegou para nos salvar e, uma coisa é certa, valeu a pena esperar." 

Sem comentários:

Enviar um comentário