quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Fat Freddy's Drop @Coliseu dos Recreios - Reportagem Palco Principal





"Para quem ontem esteve sob o efeito deste ‘pássaro negro’ que passou por Lisboa, não, não se enganou, não foi do Lux que saiu quando o concerto acabou, foi do Coliseu dos Recreios (tomara o Lux, por vezes, ter noites como esta!) e não, hoje não é domingo, é terça-feira! Pois… acredito que estejam confusos, não sendo esta, de todo, a típica segunda-feira à noite com que se começa uma semana. Mas não faz mal, pois de ‘ressacas’ boas como esta ninguém se quer curar! (...)"



"(..) Um transe electrónico que se arrasta até chegar “Mother Mother”, que é recebida com ‘palmas palmas’. E este é o momento em que o coliseu se transforma, por inteiro, numa discoteca! Do psicadelismo das luzes passamos para o chill out e só nos falta um copo de gin na mão para a noite ser perfeita. Colado a este tema vem “Never Moving”, entramos num loop vertiginoso, do qual saímos para um jam bem funky de trompete e saxofone. Brooklyn? Não não, continuamos em Lisboa.(...)"




"(...) Cinzentos? Sim, têm sido cinzentos os dias em Portugal, mas ontem naquela sala o calor era tanto que creio que a maioria não se teria importado com umas gotinhas de chuva para esfriar."
 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Crítica Palco Principal: Drake - "Nothing Was The Same"



"Depois de um EP e com dois álbuns já na bagagem, este rapper canadiano de 26 anos encontra-se na pista de decolagem com o seu “Nothing Was The Same” debaixo do braço, preparado para voar em direcção a novos rumos, diferentes daqueles que já conhece. (...)"  

"(...) Chegamos ao equador do álbum e “Hold On, We’re Going Home” dá-lhe uma reviravolta! Em contraste com a amargura e a revolta presentes na maioria das suas músicas, o cantor presenteia-nos com uma canção leve, animada, cujo groove apresenta resquícios dos anos 80 e nos prova que Drake pode, efectivamente, ir para outros terrenos e dar-nos muito mais do que o seu registo introspectivo e melodramático habitual. (...)"




"(...) Costuma-se dizer que o melhor está guardado para o fim, e é o caso com esta “Too Much” – a canção mais emotiva do álbum, em que Drake denuncia a forma como a fama danificou a sua relação familiar. Um contraste bem conseguido, em que a fúria nas palavras de Drake só poderia encontrar a paz na voz calmante do britânico Sampha. (...)"




"(..) E de facto, ainda são muitas as rimas que este jovem rapper tem de percorrer. Assim o esperamos, que cresça para um novo eu e que a sua música o acompanhe na viagem com inteligência e audácia… O avião já está na pista a aquecer os motores, só falta decolar. (...)"
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Música e outras coisas que fazem bem à alma.



Bem, mais uma vez, cá estou eu, em horas não muito decentes, a escrever mais um post não unicamente sobre música, como é habitual. Mas enfim, depois da última semana que tive apetece-me muito escrever, como tal, vou ver o que sai daqui e no final logo vejo se carrego no botão de publicar ou não. :)

Como vocês sabem, o meu verdadeiro trabalho (aquele que me paga as contas) nada tem a ver com música. Sou consultora de SAP, especializada na área de Finance, graças ao meu background em Gestão.
Muitas foram as vezes que, durante e depois de seguir este caminho, me questionei: “Será que estou a fazer a escolha certa? Não deveria jogar tudo para o alto e fazer aquilo que realmente gosto? Perseguir o meu sonho?” Enfim, todas as dúvidas existenciais e dualismos internos que normalmente uma pessoa que não tem como profissão aquilo que realmente lhe apaixona, se questiona. Hoje em dia, com a cabeça mais arrumada e a caminho dos 30, já não me torturo com essas inquietações. Aprendi a valorizar as coisas boas do meu trabalho, a tomar partido delas e a desdobrar-me em 1001 Lucélias se for preciso para, no meu tempo livre, dedicar-me aquilo que realmente me apaixona – a música. 

O que é certo é que o mundo SAP, embora não tão apaixonante como o da música, também já me trouxe coisas muito boas. Ao ser um trabalho meramente em equipa, já me deu a conhecer pessoas fantásticas e interessantes às quais hoje chamo de amigas e, devido ao seu vasto mercado mundial, já me possibilitou fazer algo que me apaixona igualmente como a música – viajar.

Tenho tido a sorte e o privilégio de integrar projectos internacionais que me proporcionaram experiências fantásticas ao longo da vida, tanto a nível profissional como pessoal. Como tal, sou-lhe grata por isso e posso dizer que hoje em dia vivo “em paz” com a minha escolha.

A semana passada tive mais uma viagem por motivos de trabalho, para um destino completamente diferente dos quais estou habituada – o Gana. A primeira reacção foi: “não sei ao certo ao que vou, mas bora lá!”… Recém-chegada desta experiência, posso dizer-vos que esta viagem foi das melhores surpresas que tive nos últimos tempos! Talvez o facto de ter ido com zero expectativas tenha contribuído para isso. Aliás, mais do que não criar expectativas, chega a ser estúpido o tipo de preconceitos pré-concebidos que criamos em relação a estes países. 

Pensava que ia encontrar muita pobreza e, realmente, encontrei. 80% das pessoas que vi eram pobres ou muito pobres. Mas a maioria delas tinha ao menos um sorriso para me dar. É um povo pacífico, simples e simpático. As crianças são bonitas, têm olhos expressivos e são felizes, mesmo com o pouco que têm. É claro que custa ver certas coisas, mas ao mesmo tempo faz-nos bem, abre-nos a cabeça e obriga-nos a reflectir, a pensar. E é impressionante perceber como, efectivamente, este mundo é feito de abismos, de contrastes e conseguir coexistir entre ambos, retirando o que de melhor de cada um tem.

Dei por mim em sítios giríssimos, pelos quais visto de fora não daria nada e no seu interior são originais, encantadores, com estilo, com gosto, cheios de pormenores… algo que pensava não poder encontrar lá (cá estão os preconceitos estúpidos que vos falei hà bocado). Mas, inacreditavelmente, uma das maiores surpresas do Gana, para mim, foi a música! Talvez por ser uma antiga colónia inglesa e falarem fluentemente o inglês, têm uma forte influência da cultura americana, sendo que a música soul e R&B está por todo o lado!! Além das músicas tradicionais ganesas, que podemos ouvir ao vivo nos bares, a música afro-americana está ao virar de cada esquina! Nas rádios, nos bares, nas discotecas, restaurantes, etc. Imaginem a surpresa que não foi para mim, ir para um sítio tão remoto e insólito, e sentir-me mais rodeada desta música que eu tanto amo do que no meu próprio país! 

Vibrei ao ouvir Barry White, Aretha Franklin, Teddy Pendergrass, Mary J. Blidge ou Aaliyah na rádio no carro (dos que me lembro agora), ou quando na disco passou a “Do For Love” do Tupac (que eu tanto adoro!) ou quando no hall do hotel tocava-se “Ain’t no sunshine”, de Bill Withers, ao piano. Enfim, momentos bons, que me fizeram sorrir por dentro e por fora e que, a juntar a tantos outros, fizeram com que eu viesse de lá com a alma cheia. É o maravilhoso efeito que as viagens provocam em nós, parece que regressamos mais ricos, mais crescidos.

Sei que isto não tem muita importância para quem está a ler, mas tem para mim que estou a escrever, por isso vou carregar no botão de publicar. Prometo que o próximo post será só sobre música!! :)