terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

What's Groovin' On - Miguel



Esta semana andei muito indecisa sobre o que escrever!

Primeiro pensei num artista, depois noutro… às tantas já tinha tantos nomes na minha cabeça que decidi dar início a uma nova modalidade no Groove your Soul – What’s Groovin’ On – Quais os artistas do momento, com mais groove e que representam e perpetuam com talento o Soul de outros tempos.

Pois é… a verdade é que, felizmente e para minha grande satisfação, o panorama musical actual do Neo Soul está (como se costuma dizer) “a bombar”!

Tenho por hábito pesquisar diariamente (ou sempre que posso) sobre música. Descobrir novos artistas, novas músicas que me apaixonem é algo que alegra os meus dias. Como resultado das minhas pesquisas tenho conhecido músicos com trabalhos magníficos! Estes guardo e arrumo logo a um canto, entrando directamente para a minha secção de “Artistas-a-seguir-todos-os-seus-passos-rigorosamente!”(…) Depois tenho outros que não chegam a fascinar-me totalmente mas, de alguma forma, despertam-me o interesse… Esses vão para a pasta de “Artistas-a-manter-debaixo-d’olho-pois-nunca-se-sabe”.

Nesta nova modalidade, e num contexto masculino, poderia falar-vos de uma mão cheia de novos cantores de Neo-Soul que preenchem a minha vida actualmente com a sua música. O primeiro de todos seria o maravilhoso José James, que detém o número 1 actualmente no meu TOP+, já por várias semanas consecutivas. Também podia falar-vos do criativo Frank Ocean ou do envolvente Jesse Boykins III, sem esquecer o Soul quente e doce do nosso querido Cody ChesnuTT!
Contudo, estes senhores já tiveram direito ao seu post no Groove your Soul e, cheira-me que voltarão a ter lugar de destaque novamente… Como tal, procuremos fresh flesh  no Groove your Soul…

Assim sendo, damos início ao What's Groovin' On com – Miguel Pimentel!


Já há algum tempo que tenho este cantor de descendência Mexicana debaixo d’olho.

Conheci-o com o seu primeiro álbum “All I Want Is You” (2010) mas, devo confessar, não me fascinou por aí além… Na altura pensei: “Bem, mais cantor de R&B a juntar ao molhe de pseudo-Ushers...”
Até gostava de algumas das suas músicas, no entanto, era um bocado mais do mesmo, como tal, não tomei o artista em grande consideração.

No entanto, o segundo álbum de Miguel foi uma agradável surpresa para mim! Além de um bom trabalho, valorizo a capacidade de reflexão e transformação que um artista pode ter. Ter inteligência para definir a sua personalidade e orientar a sua carreira em função disso. Miguel, felizmente, assim o fez.

O primeiro álbum de Miguel trouxe-lhe algum reconhecimento e sucesso. O seu primeiro single “All I Want Is You” que conta com a participação do rapper J. Cole, entrou para os charts Americanos e fez com que Miguel ganhasse notoriedade, sendo convidado por artistas como Usher ou Trey Songz para fazer a primeira parte dos seus concertos. Contudo, ao seu trabalho faltava-lhe... identidade. 





Singles como a romântica “Sure Thing” ou a sexy “Quickie”, tornaram-se hits e trouxeram-lhe algum sucesso. No entanto, não definiram a personalidade de Miguel, que ficou um bocado dispersa, a vaguear algures entre um R&B convencional e um Hip Hop suave.

O seu mais recente trabalho “Kaleidoscope Dream” editado em 2012, prova como Miguel tem talento e como o mesmo pode ser canalizado para um trabalho que demonstra autenticidade e uma personalidade concreta - fly, funkadelic, intergalactic-hip-hop-meets-sexy-orgasmic crazy, dope shit. É assim que Miguel o define e é um bocado assim que eu também o oiço. 

Miguel tem um estilo retro e a sua voz é um instrumento poderoso que lhe permite variar e atingir diferentes instâncias e moods, mediante os seus falsetes. A sua música vai buscar as raízes do Soul mas é fortemente revestida de um Pop electrónico, Funk psicadélico e o Rock da sua guitarra. As suas canções são fortes, nas quais são abordados sem pudor temas como sexo, drogas ou religião. 
Não sei porquê, mas vejo Miguel como uma espécie de Prince futurista! (Lol)

“Kaleisdoscope Dream”, segundo Miguel, corresponde a uma metáfora da sua vida. O disco reflecte o seu estilo de vida e a sua personalidade, e representa também as fantasias que nos são transmitidas pelo nosso subconsciente mediante sonhos, as quais deveriam ser livres e irreprimidas.



Este álbum conta com um conjunto de músicas bem conseguidas. Para começar temos “Adorn” - música que recentemente lhe valeu um Grammy para melhor canção de R&B. Esta canção não poderia abrir de melhor forma o álbum! Além do falsete magnífico de Miguel, a mesma tem uma áurea de ilusão e sonho à sua volta que, aliada à sua letra, torna-a na música mais romântica e mística do álbum. Fala de amor, devoção e adoração pela pessoa amada.


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Do you like love?
Do you like drugs?
Well, me too.
(…) I'm gonna do you like drugs tonight.
 
Esta é a minha música preferida do álbum e creio que o vídeo foi igualmente bem conseguido. Neste tema Miguel mistura-nos drogas e amor numa simbiose eufórica e apaixonada. Adoro o seu começo suave, com os coros quase angelicais e a forma em como a música vai crescendo e ganhando paixão a cada nota, terminando por fim com uma batida pop-rock contagiante, que me recorda novamente os sons de Prince. Há algo de “amor psicadélico” neste tema que me fascina.





“The Thrill” e “How many drinks” são dois temas que também destaco do álbum. Mais uma vez, uma tensão sexual é reflectida em ambas músicas.“Where’s the Fun in Forever” enfatiza a filosofia carpe diem (aproveitar o momento) e conta com a voz de fundo de Alicia Keys. Em “Arch N Point” Miguel apresenta-nos novamente um som futurista, com os sintetizadores cumprindo um papel brilhante mais uma vez. Uma música intimista. Por fim, "Candles in the Sun" a música activista do álbum. Drogas, religião e política são temas abordados e questionados pelo cantor nesta música.


E desta forma chegamos ao fim do primeiro post da saga “What’s Groovin' On”!

Não percam os próximos "episódios"!! ;)

Boa noite Soul lovers.