sábado, 28 de julho de 2012

Badu




O meu primeiro post, não podia ser outro senão sobre Erykah Badu.

Quando soube que Erykah Badu vinha a Portugal pela primeira vez, senti uma alegria enorme. Sabia que iria assistir a um grande concerto, um concerto que iria ficar marcado no meu coração por muito tempo, por várias razões… pela beleza da sua voz, pela sua música, pela sua autenticidade... Eryka Badu é uma artista genuína e o seu trabalho reflecte todo o seu talento e todo o seu amor pela música. Vê-la em palco, foi mais do que uma comprovação, foi um verdadeiro prazer, uma partilha geral que sentiu-se através da energia e da cumplicidade que se estabeleceu entre ela e nós.

No dia seguinte ao concerto que assisti em Cascais (que ocorreu no dia 19 deste mês), só me apetecia… explodir! Deitar cá para fora todas as emoções que senti naquele concerto e que me acompanharam nos dias seguintes.

Pus-me a escrever e saiu isto….

“Bem, ando para aqui às voltas a pensar no que hei de escrever... por onde começar?! Como descrever aquela mulher e a noite mágica que ela nos deu??
É difícil, muito difícil... pois a pessoa que gosta de Erykah Badu e assistiu àquele concerto, por esta altura ainda não conseguiu acalmar o turbilhão de sentimentos que tem dentro de si!

Que ela é talentosa, tem uma voz única e uma musicalidade fantástica, ok, nós já sabíamos.
Que o seu trabalho tem qualidade, que o seu estilo é inconfundível e que ela é a grande representante do Neo Soul, sim, nós também já sabemos!
Agora, da sua generosidade em palco.. bem, eu pelo menos não a sabia, ou então, não a esperava tanta!

O concerto foi inesquecível por vários factores... o primeiro foi a concentração de pessoas que estava lá para ver Badu. Não outro artista qualquer! Não, era apenas e só Badu! Pessoas amantes de Soul, R&B, Hip Hop, pessoas que seguem a sua carreira, que adoram a sua voz e que veneram o Baduizm...  e bolas... como se sentiu isso... como se sentiu essa energia!  Ela deu-nos TUDO... e nós retribuímos.
Depois, ver o à vontade com que aquela Senhora pisa o palco... de facto, está em casa... ela brinca com ele, faz o que quer dele (e de nós!). A sua capacidade de improviso é incrivelmente natural... e mesmo que assim não fosse, qualquer coisa que ela dissesse ou fizesse por mais idiota que fosse, faria-o com geniosidade e classe, tornando-o bom.

As músicas... bem, sinceramente, não me interessa se não cantou a "Window seat"... as que cantou foram todas e cada uma tão... saborosas, poderosas, maravilhosas and on & on... ;)  Como ela transforma em palco as suas músicas que nós tão bem conhecemos, dá-lhes a volta e no caminho passa por outras sonoridades, pequenos pormenores que nós, quase que instintivamente reconhecemos. 
Ela é contagiante, cativante, forte e frágil ao mesmo tempo, passa de músicas cheias de força e ritmo que nos deixam a dançar de braços no ar, a sons calmos, tão bonitos e puros que nos elevam e nos fazem sonhar.

Enfim, pormenores técnicos para quê? Foi perfeito... o sentimento estava lá, forte, presente... a comunhão com o público também... que mais podemos pedir?? Apenas que ela volte, muitas e muitas mais vezes.”

E pronto, foi isto que eu senti, num dos concertos que posso dizer, foi dos melhores que assisti até hoje na vida. Hajam mais artistas destes pelo mundo, criando beleza e espalhando uma mensagem de paz como ela o fez! Foi de uma entrega total.

Para terem uma pequena amostra, deixo-vos este video que encontrei no youtube, de um dos momentos da noite e cuja frase vai ficar marcada e associada para sempre a este concerto, para todos aqueles que lá estiveram.

…. And if you feel good, don’t be scared… let everybody know you feel good... You only got one chance to be you!


 
Para quem não conhece Erykah Badu e ficou com vontade de conhecer, aconselho a ouvir o seu primeiro álbum “Baduizm” (1997). Para mim o seu melhor álbum, o que a lançou no mundo da música e o que melhor identifica a sua carreira.



Este álbum é também uma das referências do género musical emergente na década de 90, o Neo Soul – um Soul consciente, tal como o dos anos 70, mas mais contemporâneo, fundindo-se com sonoridades que vão desde o R&B, Jazz, Funk e até mesmo o Hip Hop.
 
Os restantes albuns da artista (“Mama’s Gun” (2000), “Worldwide Underground” (2003), “New Amerykah Part One (4th World War)” (2008), “New Amerykah Part Two (Return of the Ankh)” (2010)) são igualmente bons, dos quais destaco alguns temas como:  “Didn't Cha Know”, “...& On”, “Cleva”, “Bag Lady”, “I want you”, “Love of my life”, “The Healer”, “Soldier”, “Window seat”, “Fall in love” e “Out of my mind, just in time”.


Os últimos álbuns apresentam-se com sons mais arrojados, densos e com o Hip Hop e beats electrónicos mais presentes. As músicas são fortes, com conotações político-sociais que pretendem retratar  a sociedade actual em que vivemos, mais urbana, intolerante, violenta... Tal como a artista referiu no concerto, trata-se da 4th World War - a revolta do povo contra a sociedade que nos foi incutida, contra o preconceito, o abuso de poder e a perda dos nossos direitos.  

Como podem ver, esta Senhora não é somente apaixonada, mas é também inteligente, diversificada e consciente na música que faz.
 
E eu?

Eu estou a aguardar ansiosamente por um New Amerykah Part Three! :)

2 comentários:

  1. tenho estado a conhecer os albuns desta senhora mas depois de ler o teu post, até fiquei com vontade de ver um concerto!!!

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